O ENVOLVER E O ENVOLVER-SE COM A NOÇÃO DE PERMANÊNCIA: O ACOLHIMENTO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR

Resumen

Discutir a respeito das práticas pedagógicas no momento atual da sociedade brasileira requer uma tarefa anterior: a de fazer menção à categoria da totalidade, entendida como a expressão das características sociais que influenciaram diretamente na realidade educacional. Ela requer ter, como ponto de partida, os aspectos da formação socioeconômica brasileira, das relações de produção, das classes sociais e da cultura como prática social e ideológica. Questões fundamentais para analisar os múltiplos determinantes do trabalho pedagógico. Por essa razão, ao longo do presente texto, pretendeu-se evidenciar aspectos que poderiam influenciar na prática pedagógica, para, então, problematizar a ideia de que o tipo de postura, de leitura e o posicionamento do investigador teriam tanto relação direta com o discurso construído em torno da representação da instituição educacional quanto das práticas que ocorreriam em seu interior. Nesse sentido, as reflexões empreendidas na presente investigação estruturaram-se mediante algumas inquietações emergidas tanto no plano epistemológico quanto no plano pragmático da educação. Foram analisados, por um lado, o tipo de discurso prevalente nas pesquisar acadêmicas que abordavam a temática e, por outro, a experiência praxiológica cuja postura epistemológica e metodológica solidificou-se a partir de uma leitura positiva e focalizada nas histórias, condutas e discursos dos sujeitos. Diante do exposto, organizamos a investigação em quatro momentos. No primeiro, tratou-se da noção de permanência na educação como um contraponto à cultura da evasão escolar. Faz-se referência a autores brasileiros que optaram por um novo caminho em razão de diferentes possibilidades apontadas pela permanência. No segundo, partiu-se de uma análise da provável relação entre a prática pedagógica de acolhimento e a noção de permanência na educação, sugerindo que tal afinidade possa ter emergido como uma alternativa prática capaz de contribuir tanto com o processo de inclusão dos estudantes no espaço escolar como com a criação de um clima de aproximação singularizada. Como exercício de síntese, foi defendida a ideia de que a prática de acolher seria indissociável do fenômeno da permanência na educação, sobremaneira se a intenção ideológica se fundamentar na inclusão escolar dos estudantes para a conclusão de suas trajetórias escolares.